sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Cultura e Tradição do Algarve


Muito mais do que praias magníficas e um clima ameno o Algarve tem para oferecer um riquíssimo património etnográfico que vale a pena partilhar com os prazeres do Sol e do Mar.
O Algarve tem hábitos seculares, tradições ainda vivas e património construído, que podemos usufruir ao longo de todo o ano. Desde modos tão particulares de celebrar ocasiões festivas (como a Páscoa, o Natal ou a Primavera) até testemunhos edificados de épocas antigas e recentes, passando, naturalmente, pelas irresistíveis iguarias que fazem a Gastronomia da região, os algarvios deixaram, ao longo dos séculos, um legado tão precioso que se impõe conhecer intimamente.


Casas Típicas



Com características específicas em relação ao resto do país, a arquitectura tradicional algarvia, de forte influência árabe (deixada pelos mouros que por cá se instalaram durante milhares de anos), reflecte a história, o gosto popular e as necessidades das gentes desta região quente e soalheira. Extremamente bonitos e pitorescos, pormenores como as chaminés decoradas, as platinadas coloridas, as frescas açoteias e o branco da cal nas paredes têm origem em utilidades específicas do quotidiano de outros tempos. Apesar das casas quadradas pintadas de branco serem comuns a toda a região, há excepções que enriquecem o património edificado. É o caso dos telhados de quatro águas, predominantes em Tavira e Faro, dos moinhos, de vento e de maré, e dos engenhos de água, que constituem um importante legado na história da região algarvia.



O Artesanato

O artesanato desta região faz as delícias dos visitantes. É representativo da criatividade das gentes algarvias que souberam encontrar maneiras práticas e graciosas de utilizar os recursos naturais da região.
A tecelagem, actividade exercida, ainda hoje, um pouco por todo o Algarve. Entre mantas, passadeiras, toalhas, linhos finos e alegres tapetes a oferta é vasta e a escolha difícil.
Talvez os mais populares, os objectos de barro, tenham perdido alguma da sua importância, mas adquiriram qualidades ornamentais que os tornam irresistíveis e, por isso, muito procurados.
Outros objectos, como simpáticas bonecas que retratam o quotidiano das gentes algarvias, peças em madeira, cobre e ferro forjado, rendas decorativas e cestos de formato e utilização diversa, são de fácil aquisição nas muitas lojas da especialidade espalhadas por toda a região.

A diversidade da Natureza é, definitivamente, uma das maiores riquezas do Algarve. Do litoral à serra algarvia, há toda uma diversidade possível de explorar de formas, também elas, diferentes.
Na orla costeira, um sistema ecológico de espantosa biodiversidade – desde aves autóctones, com ninhos entufados, aos moluscos e crustáceos que representam a principal fonte de rendimento dos marisqueiros do sul – convida a uma observação mais atenta durante agradáveis passeios pedestres.
Longe das extensas praias e das arribas abruptas, o verde garrido mistura-se com as tonalidades castanhas da terra na vasta extensão do Barrocal, que abre as portas de outro Algarve coberto de laranjais e de pomares de figo, alfarroba e amêndoa.
E também aqui há trilhos por desbravar. Léguas de paisagens de características geológicas especiais – xisto e sienitos (rocha aparentada ao granito) para serem desfrutadas na calmaria da serra.
Nos parques naturais de interesse ecológico, sobrevivem espécies, da fauna e da flora, que fora destas áreas estão já em vias de extinção. Outras há que, graças a características muito próprias da região, só aqui se desenvolveram, constituindo património local.
É nestes espaços protegidos que podemos assistir à passagem das aves migratórias e observar lontras, cágados, flamingos, cegonhas, garças ou as raras galinhas sultanas. É também aqui que somos confrontados com extensões enormes de vegetação característica e de curiosidades geológicas.
Toda esta riqueza pode ser desfrutada através de caminhadas por percursos marcados, visitas guiadas ou visitas a centros de interpretação, formas de turismo sustentado que permitem ao visitante conhecer e conviver com estes paraísos algarvios, em que a nota dominante é o encanto inalterado da natureza.

Um Algarve de encantos diversos

As serras de Monchique, Espinhaço de Cão e Caldeirão elevam-se em barreira protectora das terras baixas do litoral, assim abrigadas dos ventos frios do norte. A brisa do Atlântico contribui por sua vez para uma vegetação única.

Monchique é um jardim de espantosos cenários cuja flora é singular no panorama algarvio. Surge a Noroeste da região com ribeiros a escorrer pelas escarpas, cumes onde cresce o medronheiro, onde se erguem carvalhos, pinheiros e castanheiros.

É um recanto de clima suave e vegetação exuberante. A pedir uma estadia nas seculares termas e uma subida ao pico da Fóia, local mais alto do Algarve e um miradouro natural, de onde se abarca desde o Alentejo ao infinito horizonte marítimo.
Mais para Este, a Serra de Espinhaço de Cão irrompe numa cadeia de cerros com encostas repletas de medronheiros, imponentes eucaliptos e pequenos, mas férteis, vales, onde espreitam aldeias pitorescas. A Serra do Caldeirão, maior cordilheira algarvia, estende-se desde a Ribeira de Odelouca até aos planaltos agrestes do Nordeste algarvio. Surge um outro Algarve, entre montes ondulados e vales profundos, com o verde das florestas a conviver com os tons dourados dos campos de trigo e cevada ou os matos escuros de esteva e rosmaninho.

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